Poetisa
e professora, assídua participante da
Trova-legenda.
Amiga
carinhosa que partiu em maio de 2017,
deixando muitas saudades.
Tão
rápida corre a vida,
mas
tendo-a presa a um cordel,
a
gente a quer, submetida,
como
pipa de papel.
Baixa
o nível, cada dia,
e
a cada marca atingida,
a
água, em lenta agonia,
leva
também... nossa vida.
Ao
fascínio do dinheiro
tão nefanda é a tentação,
que até o homem bom, e inteiro,
titubeia ao dizer...”Não!”
tão nefanda é a tentação,
que até o homem bom, e inteiro,
titubeia ao dizer...”Não!”
Deslumbrada
a cerejeira,
lenta,
despe-se vaidosa,
espelhando-se,
faceira,
no
tapete cor de rosa.
A
alegria da criança
é
cenário colorido,
onde
flutua a esperança
que
empresta à vida o sentido.
Há
na aliança desses braços
a
força inata e louçã
que
nos prediz entrelaços
de
um lindo e claro amanhã!
Rompe
os elos o Direito,
e
unidas, enfim, as mãos,
arrasa-se
o preconceito:
negro
e branco são irmãos!
Velado
à fumaça horrível,
agoniza
um céu cinéreo
onde
a ganância, insensível,
já
pôs também seu império.
Há
em tua carta carinho
e
tanta ternura aliada,
que
ao ler cada pedacinho,
eu
já me sinto abraçada!
Leva
o barco as nossa mágoas,
sulcando
as ondas, além,
mas
do outro lado das águas,
leva
esperanças a alguém.
A
cada golpe que malha
a
rude pedra, o escultor
bendiz
o cinzel que entalha
a
estátua do seu amor.
Nunca
mais o trem passou,
mas
ouço-lhe ainda o apito...
O
silêncio eternizou
a
saudade do seu grito.
No
sobe e desce da escada,
tenho
a estranha sensação
que
a vida é uma escorregada
no
tobogã da ilusão.
Fotos,
lembranças guardadas
no
escrínio do coração,
nossas
vidas perpetuadas
em
pedaços de cartão.
Vendo
as araras, serenas,
sobrevoando
a floresta,
triste,
eu pressinto que apenas
tão
pouca vida lhes resta.
“A
Terra é azul!!!” Lá da altura
não
se percebe a incoerência,
camuflada
a cor escura
das
guerras, droga e violência.
Passa
o tempo, sem piedade,
mas
o casal sonhador
celebra,
em meio à saudade,
a
eternidade do amor.
Beija
a lua e foge o vento.
Receosa
ela fita o mar...
e
ele estilhaça, ciumento,
em
mil cacos o luar.
Mostrando-me
ao longe o porto,
a
luz de um farol me anima,
e
o meu poema... quase morto,
navega
em busca da rima.
Do
que agitou nossas almas
restam
sonhos calcinados,
cingindo
as crateras calmas
de
dois vulcões apagados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário